O perigo da cegueira

In Jornal 24 horas, 14 outubro 2000

Cataratas e Glaucoma afetam muitos Portugueses.

Os pequenos defeitos da visão podem ser corrigidos nos popularmente chamados “oculistas”, cujas lojas têm serviço de optometria. Mas a ida regular ao médico oftalmologista é necessária para prevenir as doenças mais graves, muitas delas capazes de provocar a cegueira

Não sendo propriamente problemas refrativos, que se caracterizam fundamentalmente pelas alterações da visão, várias doenças são mais ou menos comuns nos portugueses e algumas podem ser devastadoras. Embora não hajam dados estatísticos rigorosos, os especialistas calculam que pelo menos cinco por cento dos portugueses sofrem de uma das doenças mais graves que pode afetar a vista: o glaucoma.

• Catarata: é uma alteração da transparência do cristalino que, por norma, resulta do envelhecimento, mas pode ter outras origens, designadamente congénitas, traumatismos, doenças crónicas dos olhos ou de todo o organismo. Um sinal de aparecimento é a turvação da imagem e o tratamento costuma ser feito através de uma cirurgia. Coloca-se uma lente dentro do olho, ou seja, a zona afectada é substituída por uma lente inttra-ocular. 

• Glaucoma: caracteriza-se pela subida da tensão intra-ocular que leva à diminuição da visão e mesmo à cegueira. O glaucoma mais frequente é o de ângulo aberto, em que o liquido que circula de dentro para fora do globo ocular tem dificuldade em sair, levando ao aumento da tensão interna. Isto provoca a ‘morte’ progressiva, do nervo óptico. Só numa fase avançada se sentem alterações da visão, quando o nervo óptico apresenta lesões graves irreversíveis.

• Estrabismo: é o desalinhamento ocular, ou seja, refere-se às pessoas popularmente chamadas ‘vesgas’. É mais frequente nas crianças e pode ocorrer à nascença. É fundamental tratar tão cedo quanto possível, uma vez que a visão num dos olhos pode ficar diminuída para sempre. 

• Retinopatia diabética: manifestação ocular da diabetes que pode cegar. De resto, esta é uma das causas mais frequentes de cegueira. Há que manter os níveis de açúcar no sangue tão controlados quanto possível e estar alerta, visto a princípio não haver sintomas. O diabético deve ser acompanhado pelo oftalmologista para monitorizar a evolução do estado dos olhos. 

FOTO: Só o oftalmologista pode tratar doenças, como glaucoma, que afecta cinco por cento dos portugueses.